Mais um da série de poemas em inglês da grande dupla Marcos Prado e Beto Trindade. Num post logo abaixo tem outro. Aos poucos vamos recuperando essas preciosidades. Com uma pequena ajuda dos amigos que guardam os originais, ainda teremos o livro completo. Quem sabe com o título Through the curtain of smoke? Que acham? Este poema foi musicado e gravado pelo Beijo aa força, numa fita K7 muito bacana, mas, infelizmente, difícil de se achar. No final, minha versão em português.
Ideas exploding
Since my house exploded
All the books I read
Don't make sense anymore
I have been hurt
Colours became rare
My roof is under the floor
Sartre is dead and Nietszche
That son of a bitch
Is nothing but a ghost
Never will see them again
Proust, Poe and Twain
As me are lost
And I keep safe only my beard
How can I forgive them?
Why didn’t they survive?
And my mind is burning
Who will blow it away?
Gregório, The Hell’s Mouth
All the things they spoke
Reached higher than the sky
You can see them fly
Through the curtain of smoke
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Explosão de idéias
Desde que minha casa explodiu
Todos os livros que li
Não dizem mais nada
Tenho sido tão pisoteado
Cores estão indo embora
Meu telhado está abaixo da privada
Sartre morreu e Nietszche
Aquele filho da puta
É apenas um espectro
Nunca mais verei as suas fuças
Proust, Poe e Twain
Como eu, perdidos no deserto
Minha casa sumiu de verdade
Só salvei minha barbaridade
Shakespeare, Wilde e Whitman
Como perdoá-los?
Por que não livraram a cara?
Suas palavras agora são cinzas
Minha mente está pegando fogo
Quem poderá apagá-la?
Marx, Freud, Jung e Reich
Gregório, o Boca do Inferno
Suas palavras caíram em desgraça
Mas subiram acima do céu
E você ainda pode vê-las voar
Através da cortina de fumaça
(Beto Trindade e Marcos Prado - versão de Roberto Prado)
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9 comentários:
Roberto, meu caro
Poesia a quatro mãos
como se fossem duas
num único braço
que pertence a um trio
É de impressionar até
não-impressionáveis
e quem requenta calafrio
Todos meus tantos poros
são insu e deficientes
pra tamanho arrepio!
Aleluia, poetas,
e não pela data.
Fraga, confesso que a mim também arrepia. E cantado (em inglês)ficou muito bacana. Espero que os bravos Rapazes da Banda relancem a gravação dessa música, que foi apresentada em inúmeros shows, mas cujo último registro gravado data de 1990, salvo pequena margem de engano.
E é mais bacana ainda que o poema tenha gerado outro, o seu, colocando mais uma voz nessa conversa com versos.
Aleluia e salve salve, Fraga.
Fraga, capriche. Você está falando de dois cunhados meus! O Marcos e o Roberto Prado. Oiés?
Esse é o Solda, o poeta do traço, o projetista de sonoridades e o cunhado do coração. Solda, não se preocupe, com o Fraga as coisas saem sempre relaxadamente no capricho.
BRAVO POETA .
HERMOSO !!
BESOS
MICHELLE
belo blog, bons poemas...vim, vi e gostei...
um abraco do
jf
Becão, seu malaco. Suas traduções são duca, pelo significado e pelo fonema. Sugiro que você poste o poema "Depois das Cinco", que você versou do africano, pelos fonemas. É de tirar o fôlego buana.
Um grande abraço.
Ferreira.
Mais um apelo ilustrativo:
O poema Depois das Cinco foi feito a partir da música Ramasela de Frank leepa e sua banda Sankomota.
Essa música ganhou o mundo, mas quando fui saber o que o cara andava produzindo, descobri que ele morreu em 2003 aos cinquentinha. Sacanagem, pois Frank Leepa era um grande artista e a maioria das informações sobre ele na internet são sobre sua morte. Cambada de de necrófilos. Por essas o Bob Marley continua sendo o único superstar negro do terceiro mundo. Pensando bem, o único superstar do terceiro mundo.
Valeu Beco.
Abraço pra familia.
Ferreira
Boa, Ferreirão. Vou providenciar essa parada. E vai ficar ainda melhor com o original ao lado. Você tem essa preciosidade? E uma foto do Frank Leepa, rola? Diga lá. Do contrário, vai só a versão brasileira mesmo. Essa canção ficou duca no arranjo do Beijo aa Força (para quem não sabe, está no disco Música ligeira nos países baixos), uma mistura de manha brasileira e batuque sul africano. Grande abraço, Ferreira e obrigado pela sugestão.
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