todo dia encontro um artista novo
eu escrevo, eu pinto, eu desenho, eu canto
mas todos têm aquela cara de ovo
trato-os humildemente mas com espanto
isso não está escrito na cara deles
não vejo em nenhum o ar de sua graça
nem o trato nobre ou o ímpeto reles
raro o dono da própria desgraça
tenho por eles, porém, um amor triste
um amorzinho vagabundo, menos que inho
que de tão diáfano não sei como resiste
um dia pego um deles pelo colarinho
estrangulo no balcão aos gritos: despiste
não fique roxo, não obre, isso é um carinho
4 comentários:
Roberto, este poema diz muito sobre o que vivemos. Eu preciso falar contigo com urgência, preciso da autorização para publicar uns poemas do Marcos Prado. Escreva-me, por favor. É meio urgente: marcoavasques@gmail.com
excelente e muito pascoal esta peça. não apenas por acaso pelo caso de a estar lendo hoje, 22 de abril, dia oficial do descobrimento deste lugar mítico material imaginário social local global chamado brasil. há também um ícone da tradição do final da quaresma, na sequência do judas estrangulariotes: o ovo, que aparece logo na terceira linha na cara dos novos artistas. a cara de ovo é a cara do novo. ninguém espera que dali vá sair coelho. e no fim: feliz páscoa. grande abraço, Beco!
Roberto,
Conheci o seu blog através da Leila Pinheiro e gostei. Deixo aqui o meu: http://astripasdoverso.blogspot.com
Abraço,
Adriano Nunes
Bacana, Adriano, vou lá e depois te conto! Obrigado. E viva a Leila Pinheiro!
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