quinta-feira, março 09, 2006
segunda-feira, março 06, 2006
Por um meio literário com menos chutes e pontapés

O brasileiro poderia ler mais, discutem os sábios, entre os pequenos e os grandes lábios, como bem disse o Leminski, falando de um outro assunto. Fora os blablablás de sempre (educação, preço, distribuição, etc. ad nausean) é preciso reconhecer que isso também é conseqüência da chatice reinante no próprio meio literário, onde cristalizou-se uma lenga lenga de afastar a mais curiosa das boas almas. Livros muito legais, interessantes, emocionantes, muito vivos, são dissecados, embrulhados e rotulados de maneira assustadoramente desagradável. Quem lê o setor de "resenhas" e "críticas" de revistas e jornais sai com a alma em farrapos. A leitura, que é um presente a nós mesmos, um agrado ao espírito, está sendo tratada como adereço externo. Que tal experimentar, de vez em quando, apresentar a literatura pelo que ele realmente é: aventura pelos caminhos do planeta, cheia de vida e emoção, sangrando e chorando de felicidade. Cada um tem sua maneira de se relacionar com o livro. E é isso que faz dele um cinema com algo à mais, individual, pois trata-se de um filme que você mesmo dirige, escolhe o elenco, sonoriza, corta, edita. Esses dias li no blog da Marilda Confortim (link ao lado) um poema que trata disso.
Bagagem literária?
Bobagem!
Nessa viagem
leve um coração
leve
e sobretudo um
olhar de veludo
(Marilda Confortim)
domingo, março 05, 2006
Pela preservação da genialidade humana

Já inspecionei a proa,
amarrei a carga,
desatei a vela.
O vento sopra forte e
enfuna meu coração
de alegria.
Agora é contigo, Senhor.
Toma o leme e risca
o rumo do meu barco - não
penses que irei por
este mar sozinho.
Jamil Snege (1939/2003)