quinta-feira, janeiro 01, 2009

Jacus, jacutingas e outros bichos




Essa é do tempo em que os animais falavam. Sabe-se Deus quando, eu o Luís Antônio Ferreira e o Edilson Del Grossi, fizemos essa canção (provavelmente nunca mais cantada). Vai aqui só como poeminha.


O jacu e a jacutinga


(Roberto Prado, Edilson Del Grossi, Luiz Antônio Ferreira)



desfilando na caatinga

recostado à sombra

do xique-xique

aí que tá a jacutinga


ela é um colosso

você fazendo piquenique

no fundo do poço

mordendo carne de pescoço


as vezes você tem que decidir

entre o fogo e a frigideira

entre a beira do abismo

e a total destruição


todo mundo indo em frente

você morrendo à míngua

fazendo a alegria dos vizinhos (*)

e a riqueza dos parentes


teu santo protetor é do pau oco

teu anjo não te guarda

o cão te mordeu

e ficou louco


às vezes você tem que decidir

entre o fogo e a frigideira

entre a beira do abismo

e a total destruição


(*) Verso adaptado do Livro de Tao, de Lao-Tsé, tradução de Aberto Centurião de Carvalho, Antonio Thadeu Wojciechowski e Roberto Prado


Para quem gosta de simplificar




vou te contar


o vento venta
deixe eu pensar
não sei de cabeça
é oito ou oitenta?

porém não esqueça
que antes e depois e no meio
- isso só contando
no sentido horário -
tem outros novos números
que esqueci num dicionário

o vento venta
o oito não é o começo
o oitenta não chega ao fim
é oito ou oitenta?
conte pra mim



(Roberto Prado)