Essa é do tempo em que os animais falavam. Sabe-se Deus quando, eu o Luís Antônio Ferreira e o Edilson Del Grossi, fizemos essa canção (provavelmente nunca mais cantada). Vai aqui só como poeminha.
O jacu e a jacutinga
(Roberto Prado, Edilson Del Grossi, Luiz Antônio Ferreira)
desfilando na caatinga
recostado à sombra
do xique-xique
aí que tá a jacutinga
ela é um colosso
você fazendo piquenique
no fundo do poço
mordendo carne de pescoço
as vezes você tem que decidir
entre o fogo e a frigideira
entre a beira do abismo
e a total destruição
todo mundo indo em frente
você morrendo à míngua
fazendo a alegria dos vizinhos (*)
e a riqueza dos parentes
teu santo protetor é do pau oco
teu anjo não te guarda
o cão te mordeu
e ficou louco
às vezes você tem que decidir
entre o fogo e a frigideira
entre a beira do abismo
e a total destruição
(*) Verso adaptado do Livro de Tao, de Lao-Tsé, tradução de Aberto Centurião de Carvalho, Antonio Thadeu Wojciechowski e Roberto Prado