domingo, março 05, 2006

Pela preservação da genialidade humana

Às vezes imagino se não somos todos um pouco responsáveis pela preservação das pessoas e obras geniais que cruzam nosso caminho. Tanto quanto pelo ar, pela água, pelas plantas, pelos bichos. Por isso sinto-me um tanto incompetente - e, por extensão, a minha cidade - quando lembro que três patrimônios da humanidade conviveram entre nós e partiram um pouco cedo demais: Paulo Leminski, Marcos Prado e Jamil Snege. Abaixo, um texto do Jamil Snege, extraído do livro Senhor. Pequena amostra de um mestre do conto, do romance, da novela, da crônica, da poesia. Leia, espalhe e preserve. A atmosfera da nação agradece.


Já inspecionei a proa,
amarrei a carga,
desatei a vela.

O vento sopra forte e
enfuna meu coração
de alegria.

Agora é contigo, Senhor.

Toma o leme e risca
o rumo do meu barco - não
penses que irei por
este mar sozinho.

Jamil Snege (1939/2003)

10 comentários:

Anônimo disse...

Uma lembrança boa
e o pensamento voa
com a alma a passear

mundos e fundos vão
pela lágrima a saltar
dos olhos a emoção

jamais será jamil
o que não for a mil

Henriquesgoto

Roberto Prado disse...

Também acho isso, Henrique. Têm coisas que mexem com alguma coisa à mais que o racional. E aí a emoção leva a gente para passear. Às vezes a mil, outras sem sair do lugar. A obra do Jamil está cheia de momentos assim.
Abração, cara.

Anônimo disse...

A Lígia me falou muito bem de você, numa festa em que nos encontramos. Li seu comentário no blog dela, sobre não conseguir comentar lá no meu espaço. Bem, saber que você já deu uma passada por lá já é legal. Vou te linkar, gostei daqui. Abração.

Roberto Prado disse...

Legal, Zé. Justamente nas ocasiões em que tentei comentar algo no seu blog não deu pé. Bacana a sua visita. A Lígia é mesmo uma garota muito especial e merece as coisas legais que estão acontecendo com ela.
Grande abraço, Zé.

Roberto Prado disse...

Zé Mishima.
Tentei novamente comentar no seu blog e dizer que passear com lobos é legal, pois eles só mordem a quem enche o saco da turma. E para perguntar se você é de Londrina, cidade onde tenho grandes amigos (até casei com uma guria de lá, a Liliane). Mas não deu. Depois de tudo digitado aparece um aviso pedindo para escrever umas letras que não aparecem na tela nem à pau.

Anônimo disse...

É, deve ser coisa da uol, pena. Quanto a Londrina, sou de lá sim, morei toda a vida ali. Quando passei no mestrado na Unicamp (História Cultural), em 2003, foi minha primeira saída de casa. Morei um ano em Campinas, pois tinha aula toda semana. Depois que preenchi os créditos, me mudei aqui pra SP, onde pretendo dar umas aulas no momento.
Valeu, continuarei visitando aqui.
Abraço!

Anônimo disse...

Tudo a ver sua iniciativa, luminosa pra dizer o mínimo. E começar com Jamil Snege é feito descobrir o amor em cenário de aurora boreal. O satori.

Roberto Prado disse...

Kusum, caras como o Jamil são fundamentais para criar um ecossistema arejado, limpo e inteligente, onde a criação (o amor) possa sobreviver. Por isso a necessidade de espalhar coisas dele e de outros pares no ar. Abração e seja bem-vindo.

polacodabarreirinha disse...

Beco, a Kusum é a Verônica.
Aliás, estou sentindo falta dos comentários dela lá no blog.

Roberto Prado disse...

Verônica! Que saudades! Esses dias eu a vi lambendo as crias (com merecido orgulho) lá na revista Idéias. Verônica, legal você por aqui. É sempre garantia de mais inteligência por pixel cúbico!
Beijos
beco