Um trechinho do livro Invenção de orfeu, do Jorge de Lima, cuja leitura eu recomendo com entusiasmo juvenil desde 1976 e que a senilidade não me deixou esquecer.
Também há as naus que não chegam
mesmo sem ter naufragado.
Não porque nunca tivessem
quem as guiasse no mar
ou não tivessem velame
ou leme ou âncora ou vento
ou porque se embebedassem
ou rotas se despregassem,
mas simplesmente porque
já estavam podres nos troncos
da árvore de que as tiraram.
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