terça-feira, setembro 29, 2009

Quer resolver tudo, mas tudo mesmo de uma vez?


Curiosidade: o título do poema do Sérgio Viralobos é a citação da letra de uma canção do Beto Trindade (não lembro se com ou sem parceiros). Ou seria uma pichação? Veja nos comentários a discussão sobre as origens da misteriosa frase-título. O Júlio Garrido fez a grande gentileza de mandar a foto histórica acima, única a documentar uma pichação da família ButyKing. À direita, o Baxo. Ao lado dele, o próprio Júlio Garrido.





Igrejaculou precoce


Grande concentração de milagres
Trabalhamos com confissões e despachos
O mal que te aflige nos revolta
Sem pecado pescamos cabeças de bagres
Tiramos pó de teus pés em nossos capachos
Aqui quem entra armado sai sem escolta
Erguemos um altar pra que te consagres
Um vinho irado te verterá dos cachos
Satisfação garantida ou tua dor de volta

34 comentários:

+ malocas disse...

Caro Beco,

Na verdade, o título é uma sacada do Marcos Prado, que foi pichada na Igreja do Cristo Rei pela saudosa Andreinha, em oitenta e picos.

Sérgio Viralobos

trindade disse...

Caros colegas,

nem tudo que saía da boca do Marcos Prado vinha originalmente do cérebro dele.
A sacada era minha mesmo e eu e os Buty Kings saíamos cantando isso aí pelas ruas de Curitiba.
O Marcos ouviu, gostou e repetiu.
A pichação original era nossa e ficava atrás da catedral.


Abraço.

Roberto Prado disse...

Olha o grande Sérgio Viralobos aí, gente! Cara, não resisti à tentação de republicar esse seu poemaço. O Malocabilly está cada vez melhor. Sobre o título do poema, o Trin esclarece mais abaixo. Ele criou o refrão e a rapaziada, Marcos inclusiva, incluiu o novo mandamento no apostolado diário. A Andreinha era uma das mais ativas guerrilheiras urbanas desta época. Grande abraço.

Roberto Prado disse...

Trindade, já fizemos a justiça divina. Lembro que eu e o Marcos estávamos presentes nas cantorias que viram nascer de sua boca o magnífico bordão que, passadas as eras, virou título de um poemaço, por obra e graça do Sérgio Viralobos. Bom sinal: o que é bom nunca sai da memória.

+ malocas disse...

Beco,

Hoje dei uma entrevista para o Palito para o filme Ultralyricis. Cavocando meus alfarrábios, achei uma carta do Marcos, pedindo que acabasse um texto que ele tinha começado com o Thadeu e o Edílson. O Santo baixou, de novo, e o resultado está no Malocabilly, com o título de Na Captura.

Sérgio Viralobos

Anônimo disse...

Não que isso realmente importe mas, esse verso é meu, de uma música feita com o Trindade, não lembro exatamente qual talvez da Opera Lóki, foi pichado na Igreja do Cristo Rei por outra pessoa que eu pensava ser o Sérgio na parede da Av. Souza Naves onde havia um ponto de ônibus. Deve estar lá sob muitas camadas de tinta a espera de um arqueólogo poético como tantas outras belas pichações.

Julio Garrido.

Beco preciso seu e-mail pra te mandar umas fotos.

Anônimo disse...

esta frase surgiu em águas claras, em meio à família butyking, num alvorecer, pode até ser minha...

aventureiros lançam mãos



baxo

trindade disse...

Acho que estamos inaugurando um movimento artístico, o "gagaismo".

Roberto Prado disse...

Salve, Baxo! Ave, Júlio Garrido! Con o Trindade, formaram a grande Família Butyking, um grupo tão multitalentoso que fez coisas em tal espírito anárquico que algumas vezes não se sabe ao certo o que é de quem. Que tal, nestes casos, assinar apenas Butyking? Abração, rapazes. Júlio, o meu email é becoprado@yahoo.com.br, Manda!

Anônimo disse...

A Cesar o que é de Cesar

O Sr. Eduardo Prante está redondamente equivocado quando afirma que a canção foi composta em Águas Claras. O festival de Águas foi realizado em setembro de 1981, foi onde nasceu a Família Buty King. A pichação é anterior a isso, lembro bem pois passava por ela TODOS os dias no ônibus da linha Cajuru, linha essa que deixei de usar com a inauguração do expresso leste, que acabo de conferir, entrou em funcionamento em junho de 1980. Portanto esta canção não foi feita em Águas Claras, nem é uma canção Buty King.

Ok Beco vou te mandar umas fotinhos legais.

+ malocas disse...

Esse negócio do igrejaculou está ficando cada vez melhor. Só para esclarecer melhor o fato: foi a Andreinha que pichou a frase na Igreja do Cristo Rei: vi com esses olhos que a terra está quase comendo. Não sabia que a Família Buty King tinha surgido no Festival de Águas Claras de 1981, afinal, eu estava lá junto com a Andreinha, a Mônica e o Renato (?).

Sérgio Viralobos

Anônimo disse...

Estou discutindo a frase, não um poema ou uma canção, e reafirmo que a frase surgiu em Águas Claras num amanhecer. Estávamos eufóricos, provavelmente era no último dia. Todos pulavam em uma dança frenética e diziam palavras soltas que alguém emendava, num belo trançado. Lembro de ter dito: Igrejaculou... ao que o Júlio emendou: Precoce! E todos saíram gritando o bordão. Na hora não entendi direito o entusiasmo que a frase suscitou, nem senti qualquer vibração pela sacada, apenas um vago complexo de culpa...
Como muitos da época, sempre busquei a criação pelo prazer da arte, nunca atrás de fama. Ignoro se alguém sacou da frase em um momento de "genial inspiração".


Baxo

trindade disse...

Eu também estava em Águas Claras. Como é que eu cheguei lá, meu deus?
Foi nesta mesma viagem que a gente participou de um filme do Palito em Marília?
Que eu fiz papel de padre? Cadê aquele filme?
Eu lembro que a gente andava de caminhão de bombeiro. E que quando uma lâmpada caríssima deu pane o técnico deu uma chacoalhadinha nela de leve e o filamento colou novamente. Gênio.
Eu acho lindo nós todos aqui na casa do Beco como se fosse a casa da sogra. Me dá saudades.
Só vou ali na cozinha buscar um cafezinho açucarado e já volto.

Beijos.

Falando em açucarado cadê o Cana? Eu acho que a frase é dele.

Anônimo disse...

O poema do Sérgio iniciou uma verdadeira discussão histórica. Trindade, pode ficar tranquilo que a casa é sua, é de vocês. Tem coisas que é difícil mesmo descobrir a origem. Tem o "igrejaculou" grafite, tem o "igrejaculou" letra de música (que é como eu conheci a parada, não cheguei a ver o grafite). No caso do grafite, o anonimato (sem cachorro), faz parte da coisa. Lembro de uma reunião, na casa do Thadeu, para planejar um ataque grafiteiro geral. O tema definido foi trocar "mundo" por "muro" em frases conhecidas. Saíram várias:
- O muro vai acabar
- Fim do muro
- Muro, vasto muro
- O muro é dos espertos

e por aí ia (ei, rapaziada, essa de "aí ia" é de um poema do Becão, rererere)

Creio que estavam lá eu, o Marcos Prado, o Thadeu Wojciechowski, o Rodrigão Homem. Não tenho certeza se o Sérgio estava, mas provavelmente, sim.

Ah... obrigado por corrigirem a minha gafe... tinha esquecido do Cana, o Canabarro, quando falei da família Butyking...

Roberto Prado

Anônimo disse...

Andreinha, uma pessoa realmente especial tenho apenas lembranças acarinhadas dela. Ela não foi oficialmente objeto sexual da Família Buty King mas certamente foi espiritual, transcedental, uma pequena e preciosa musa. Fiquei realmente comovido com a revelação de que foi ela quem pichou o verso que nos une aqui na casa do beco. Dá até vontade de ir lá lixar aquela parede só pra assinar o nome dela.

Julio.

trindade disse...

A minha pichação preferida era:

não vote em branco
vote em mim
mussum


Não sei de quem era, mas era muito boa.

Anônimo disse...

Da Andreinha nunca esqueço a fantástica balada: Skysofreniking

e só pra lembrar, duas pérolas do nosso grande anfitrião:

- No festival dormi no solo.

- Mais um colchão furado e eu meto o pé no estrado.

como diria o Veríssimo: valem por todo um tratado de sociologia.


Baxo

Anônimo disse...

Beco,
fala aí prô Trindas, Sergio e Baxo que ficou tudo lá na nossa memória etílica, não tem como acessar!
hehehe!
bjs
dóris

Roberto Prado disse...

Rapaziada, vejam o que diz a Dóris... Acho que, no fim das contas, o esquecimento foi castigo do Bispo e do Papa, rererere.

O Baxo relembrou de dois versos legais. São de uma parceria minha com o Trindade lá pelos idos dos 80's...
Se não me falha a memória era mais ou menos assim:

Começava com uma parte falada:

"El gran Marconi inventou o telefone mudo / mas foi Thomas Alva Edison quem conseguiu ligá-lo / com um fio de macarrão / pelo telefone"

Ai começava a cantoria propriamente dita:

"sob minha colcha acústica
roncam mil canções
o meu rádio não me pilha mais
pelas bolas de apolo
eu não sou estéreo

no festival dormi no solo
toda potência me enerva
estou na crista da onda
mais um colchão furado
eu meto o pé no estrado"


Era isso, Trindade?

trindade disse...

"sob minha colcha acústica
roncam mil canções
o meu rádio não me pilha mais

o dial que o carregue
o dial que o carregue
o dial que o ca... reggae

no festival dormi no solo
tanta frequência minerva
estou na crista da onda
mais um colchão furado
eu boto o pé no estrado"


Acho que o Adriano tava lá também.

Não temos isso gravado, Beco?
Desmontamos o seu telefone em vão?




Beijão, Dóris.

Roberto Prado disse...

Beleza, Trin, é isso mesmo. Tenho a gravação, sim, feita pelo fio do telefone, mas em alguma K7. E essa nós não podemos dividir a culpa com o Adriano...
Cara,dei uma passada no centro da cidade e encontro quem? O Júlio Garrido em pessoa. Aliás, ele me passou um material bacana, que eu vou postar por aqui. E, juntos, relembramos de causous diversos, entre eles o capítulo Eziquiel, o seu vizinho de além Canal da Mancha... Você sabe do paradeiro do cara? A última que eu soube é que ele era secretário de um pintor, na Normandia.

Anônimo disse...

Pra resolver tudo, mas tudo mesmo de uma vez.


Hoje o Baxo me ligou e conversamos longamente sobre parcerias, poesias e causos. É pouco provável que essa ejaculada seja Opera Loki, Opera Loki é outra coisa. Então concluimos que é uma canção, canção estranha mas ainda uma canção. Quando e onde a fizemos eu já não posso saber, o que importa é que algum Deus brincalhão colocou o Beco no meu caminho hoje, e olha que isso é raro acontece de dez em dez anos pra podermos falar sobre a Villa Louca e fofocar sobre o Zic Ezequiel mas isso já é outra história..

Julio Garrido

+ malocas disse...

Cara, tô ficando skizofrenikin
Saturno olhou pra mim

Alguém lembra do resto da letra ?

trindade disse...

A última vez que eu vi o Zic foi em Curitiba. Ele estava de camisa vermelha e me perguntou se eu ia a muitas "rav partís" assim mesmo com sotaque francês. Mas isso foi no século passado.

Roberto Prado disse...

"Rav partis" é bom demais, Trindade. Júlio, legal que você e o Baxo conseguiram seguir a linha dos neurônios até o fato. Eu também tenho exercitado a memória e o ômega-3 que consumi dos sapos engolidos nestes anos ajudou muito rerererere.

Lembro da letra do Skyzofrenikin mais ou menos desta forma:

não tenha medo da marcha a ré
carro de sol 180
bomba de estrelas no céu
saturno olhou pra mim
cara tô ficando skyzofrenikin
saturno olhou pra mim

macedônia foi sempre um sonho
volume de luz nos meus olhos
pouco importa se nunca forem
os verdes vales da áustria


saturno olhou pra mim
cara tô ficando skyzofrenikin
saturno olhou pra mim

Confere, rapaziada?

Anônimo disse...

Macedônia foi sempre um sonho
volume de luz nos meus olhos
mesmo que nunca fosse
os verdes vales da Áustria (Áustria)

não tenha medo da marcha ré
carro de sol 180
volume de estrelas no céu (bomba de estrelas no céu)

saturno olhou pra mim
cara estou ficando skyzofrenikin
cara estou ficando skyzofrenikin
saturno olhou pra mim...


uma das melhores baladas daquela época,
hora de alguém fazer uma coisa decente com ela

letra e música by Andreinha

não consigo cantar esta canção sem que me venham associações com Alexandre e Austerlitz, nem com as implicações astrológicas referentes a ré e a aos movimentos retrógrados e suas consequências funestas ao imperador. quem sabe um analista (austríaco) amigo meu, possa explicar: afinal, estou ficando skyzofrenikin?


baxo

Anônimo disse...

Beijos Trindas!
beijos em todinhos!
vcs tem que gavar tudin di novo!
hehe
abs e carinhos
Dóris

Roberto Prado disse...

Lembrei agora de um poema da dupla Sérgio Viralobos / Marcos Prado que fala justamente nesta coisa de autoria. É originalmente dedicada ao compositor Sinhô que, entre outras coisas, disse que "música é que nem passarinho, é de quem pegar".

Acho que é mais ou menos assim (e que o Sérgio me corrija se não for):

Malandrão

Diga se não é verdade
quem é bom já nasce feito
e a cada minuto nasce um otário

são muitos corpos de desvantagem
mas não existem empecilhos
para o especialista
em pegar passarinhos

viva o rei da malandragem
apaga o fogo dormente
depois assopra a massa quente

(Viralobos/Prado)

Anônimo disse...

vamos lá pesesoal...

a frase foi pichada na igreja pela andreinha... e pelo que eu saiba era do sergio viralobos. isso foi por volta de 1981.

questão dois.

skizofreniquim é uma musica minha e do renato sobre letra do Sergio Viralobos...a andreinha estava junto no barquetinha e deu uns palpites no começo da letra escrita no meu caderno de música. Tb around 1981. é isso aí pessoal.
tenho memória de elefante turma.

lebrei de outra pixação:

LULA É POLVO.


abs

rodrigo

Anônimo disse...

bueno, rodrigo, acredito q vc saiba o q está falando no q se refere ao skyzofreniquin. quem me disse que era da andreinha, ou foi a mônica ou a morena. também sempre pensei q esta letra tivesse um dedo do sergio.

abs

baxo

Misqueci.. disse...

Será esse o asilo dos velhos poetas?

Anônimo disse...

oK vamos grava-la num próximo CD.

abs

rodrigo

Roberto Prado disse...

Boa nova Rodrigão... quando é que sai o CD? Lança essa pérola que o povão merece.

Roberto Prado disse...

Para o Misquici: e põe poeta e põe velho nisso!