quarta-feira, março 15, 2006

Beto Trindade e Reynaldo Jardim: o tempo em que tudo ia dar certo

Reynaldo Jardim, sempre aprontado das suas, agora no Rio.

Esses dias o Sérgio Viralobos sugeriu que eu falasse aqui da importância da passagem do poeta Reynaldo Jardim por Curitiba. Achei legal a idéia. Eu não seria a criatura mais indicada para falar do assunto. Tive pouco contato com ele. Lembro de uma vez, no Teatro Paiol. Rolava um encontro de poetas, para o qual fui literalmente arrastado por não me lembro quem. O papo estava magérrimo. Ai o Reynaldo pega o microfone e joga a isca, muito sério: "- Nenhum poema nos últimos 50 anos têm a qualidade de qualquer um do Camões." E incendiou a conversa. Na saída, voltei de carona no mesmo táxi que ele, que ria muito dos efeitos da sua frase e de algumas reações exageradas. O cara foi diretor de um jornal e de um órgão oficial de cultura que fez funcionar muito bem. Sei também que o Reynaldo editou a revista/jornal Pólo Cultural, onde saiu coisa muito interessante. A média era legal, circulou fora do Paraná e até em outros países. Foi uma época de efervescência. Dava a impressão, às vezes, que tudo ia dar certo. E o Reynaldo Jardim fez parte desse caldo de cultura maluco.

O Beto Trindade, diretamente de Londres, mandou um texto falando desse período e lembrando de contatos imediatos com o Jardim. E diz que o José Buffo teria muito mais a dizer sobre a passagem do escritor por estas bandas. E aí, Buffo, que tal ajudar a remontar essa história?

Beto Trindade, à direita, sem cigarro e sem bigode. À esquerda, de suspensáorios, Antonio Thadeu Wojciehowski.

E aí vai o texto do Beto Trindade.

No começo dos anos 80 antes do advento do rock mauricinho, podia-se andar pela rua carregando um violão e cantando sem ser chamado de hippie. Eu e a Família Buty King fazíamos parte de um bando que se encontrava em lugares diversos, trocávamos idéias, cantávamos, consumíamos drogas e álcool e fazíamos exibições públicas de talento performático, fosse qual fosse. Faziam parte dessa extensa gang gente como o Rodrigo Barros, o Ferreira, o Belmiro Pato, o Luís Cláudio violoncelista, a Andreinha, o Zé Buffo, o Joaquim, o Renato, o Sérgio Viralobos e outros.

O Buffo organizava coisas como o que hoje se chama de Flashmob, combina-se um lugar e uma hora e todos aparecem lá vestidos de uma certa maneira e durante um minuto ou dois fazem algo inusitado como por exemplo levantar um braço e gritar "auíca". Essa eu inventei agora mas houve várias que eu não me lembro direito. Pergunte ao Rodrigo. (Nota: Rodrigo Barros, cantor e compositor dos grupos Beijo aa Força e Maxixe Machine.)

Uma das facções dessa extensa gang chamava-se Anarte. Me lembro quando eles andavam pelas ruas carregando um caixão e distribuindo panfletos dizendo "A Arte Não Vale Um Gato Morto". Uma vez invadiram um bate-papo dos estudantes do Teatro Guaíra com o Paulo Autran e o velho ator ao ler a blasfêmia disse "só podem ser malucos". Certíssimo.

Eu, além de estudar no Guaíra, fazia parte de um grupo de mímica chamado Gestus, que também fazia barbaridades na rua e invadia exposições e vernissages. As vezes um de nós ficava num canto da exposição com uma fronha na cabeça, noutras enchíamos a boca de salgadinhos e conversavámos coisas ininteligíveis em voz muito alta. Com o tempo os artistas plásticos e até diretores de teatro começaram a nos convidar para intervir nas suas exposições e peças. Nós nos encontrávamos todos os dias no Solar do Barão para ensaiar e inventar sketches. A Fucucu (nota: Fundação Cultural de Curitiba) nos convidava pra animar os seus eventos e assim por diante.

Todo esse profissionalismo e seriedade (he he) chamou a atenção do Reynaldo Jardim, na época diretor do Museu da Imagem e do Som. Tinha no seu currículo o Caderno B do Jornal do Brasil, que ele havia fundado, primeiro caderno de artes de qualquer jornal no Brasil. Era o típico gente boa, direto, sem ares nem frescura e tinha uma barbona branca e densa que lhe dava um aspecto peculiar e perfeito pra ser nosso aliado e padrinho. Ele se aproximou de nós e ofereceu o museu pra gente ensaiar.

Nós praticamente passamos a viver lá. Ele mandou derrubar o seu escritório que era enorme para aumentar o nosso espaço e mudou-se para uma saletinha nos fundos. Mandou colocar uma cortina no meio do salão principal e nos pediu para organizar quartas-feiras abertas onde gente talentosa se apresentava. Tudo isso regado a pipoca e sei lá mais o que.

Nossos amigos passavam lá todos os dias, compúnhamos canções e planejávamos outras diversões. Numa dessas surgiu a idéia da Contrabanda e também de uma Orquestra Anti-harmônica Fila Bóia que nunca se concretizou.

Foi uma maravilha enquanto durou. Posso estar me confundindo um pouco na cronologia, mas acho que tudo desmanchou-se em 1982 ou 3. Um novo governo tomou conta com uma política de forçar arte goela abaixo do povo, ressuscitar o teatro profissional curitibano com montagens oficiais e matar o teatro amador e alternativo. Colocaram um cara que era ex-diretor da prisão Queiroz Filho no lugar do Reinaldo e nós ficamos sem teto.

Eu fui pra Porto Alegre.

A última que eu soube do Reynaldo (e já faz tempo) é que ele estava em Brasília num canal de televisão.

(Beto Trindade, de Londres, março de 2006)

26 comentários:

Anônimo disse...

Salve Cambada!!! A Anarte e o R Jardim foram alguns dos culpados por eu ser este ser que sou Hoje...
Tudo isso no cirquinho do Palhaço Sacarrolha ( o chamavamos de sacaralho)no largo da ordem...
Fui por causa de um coral que o Maestrum luís claudio inventou e eu já nem lembro se cantou, junto com o o resto da família, sergio viralobos , renato queje e a andreiinha punk (na época nem punk era ainda) e toda essa tramóia se passou em meados de 1981, quando surgiu a Banda Bandida.
Lá eu conheci o Retta e o Leminski e o Buffo , e entrei de gaiato na performance deles e ficamos lá gritando coisas do livro do leminski!!!
Lembro bem do Trindade nesses dias mas não do Marcos ou do Thadeu. tinha platéia... e talvez tivesse cheia.
Alguém, durante a apresentação da "ferrofonia" quebrou o arco do violoncelo do luis claudio e foi meio baixo astral o final do segundo dia.
O Reinaldo Jardim tocava congas e organizava... foi bom... e aí acabou a merda, como diz a canção.

abs

Rodrigo

Roberto Prado disse...

Olha o Rodrigão soprando as cinzas da memória cultural de Curitiba e avivando a chama. Pois, lembrando, a gente sente que faz falta colocar as coisas para acontecerem na rua, abertas, com essa alegria fuleira que o povão gosta. Seria muito legal se os gestores da educação/arte/cultura soubessem que esse tipo de coisa dá muito mais efeito do que eventos fechados, elitistas, "autorais", cheios de exigências e teorias furadas.

Aliás, nem mesmo os espaços públicos hoje têm sido bem utilizados. Que eu saiba é raríssimo um compositor, uma banda ou um bando de todos eles juntos se apresentarem em um palco de Curitiba. A música local ao vivo fica quase que restrita a quem pode (ou está disposto) a ir a bares e esperar pelos shows - que geralmente começam perto de meia-noite, sempre com neguinho fazendo esporro (o que inviabiliza o bom e velho "banquinho e um violão", por exemplo).

Pela lista de gente de talento que entrou na profissão e pelo tanto que fizeram pela cidade, a partir de uma pequena e barata estrutura criada pelo Reynaldo jardim, dá pra ver que é o que funciona. E de imaginar o que seria, se ampliada.

Rodrigão, eu, o Marcos Prado e o Thadeu, na época, acompanhávamos todo o esporro, mas realmente nunca nos envolvemos diretamente nesses acontecimentos. A não ser na reunião do Paiol, que citei no post. Em 1981 eu, por exemplo, tinha um intenso trabalho com o Adriano Sátiro e o Trindade, que deu em shows, peças de teatro e outras bossas. Eu, o Thadeu e o Marcos, junto com o Edilson, escrevíamos e cantávamos nossas coisas, mas paralelamente à zoeira citada. Depois é que as coisas foram se unindo naturalmente.

Anônimo disse...

fragmentos da vida
numa célula caída
até onde me reconheço
comigo ainda não pareço

Curitiba, somos muito poucos
assim mesmo tua memória non sense
deu em dar aos outros
o que nem a nós pertence


Henriqueesgoto

Roberto Prado disse...

Esse é o Henrique,sempre indo ao princípio, à célula mãe e daí partindo para todo lado.

Concordo contigo. Quando essa memória represada vier à tona, esses pedacinhos de nós que a gente tenta juntar e mais cacos vêm, nesse dia, henrique,
a espada do anjo vingador, de que fala o Dalton, cairá sobre Curitiba e porá a pique tudo aquilo que não for.

Grande abraço.

Anônimo disse...

Achei boa a sua atitude de, mesmo não fazendo parte do "grupo" que se ligou diretamente ao Reinaldo, reconhecer o valor histórico da intervenção dele aí no Paraná. Quando a criatividade é colocada em campo, dá mesmo essa impressão de que ninguém segura. E, no fundo, não segura mesmo, principalmente quando se dá valor à memória, à história ou seja lá o que for. Enquanto as pessoas carregarem a tocha...

Roberto Prado disse...

Valeu, Ricardo. Pretendo ainda voltar ao assunto, com o auxílio luxuoso do Buffo, do Rodrigão, do Sérgio Viralobos. O Trindade, como você pode ver, não deu xabu. Que venham outros depoimentos.

Anônimo disse...

Epa!! que grupo.. eu só apareci por lá...

Rodrigo

Roberto Prado disse...

Mas como você é corporalmente espaçoso, foi o que bastou. Agora agüente a fama.

Anônimo disse...

Beco, querido. Isso tudo meu deu foi saudade. O Jardim, ou o Garden como a gente chamava, chegou e botou fogo no circo. Ele tinha um slogan próprio: " nascido em são paulo, vivido no rio, morrido em curitiba". Ele achava isso aqui um cemitério, mas como todo cemitério também pode brotar ervas daninhas. Foi o que ele fez. Tento puxar pelo fio da memória coisas que ele facilitou e portas que ele abriu pra turma toda entrar e aprontar. Com o Polo Cultural ele fez uma revolução de alto nível, até hoje um jornal sem igual no país. Com o Correio de Notícias ( só a turma da madruga, do past up (?), já era um a loucura. Novo jornalismo todo dia no ar. Poesia pura em forma de notícias) ele fez a alegria das bancas de jornais e dos leitores que buscavam nos jornais mais que o rame-rame do noticiário esdrúxulo do dia a dia. Aquela do Paiol, lembro-me muito bem, estava lá. Acho até, se deus quiser, tenho um cassete gravado com o papo todo que rolou por lá. Acho, só acho. Mas foi no apoio a toda rapaziada que o Garden de fato marcou. Ele era um lord. A Anarte fazia parte da Feira Nacional do Humor, que acontecia num circo ali no largo. Já foi dito ai. Ele ganhou para divulgar o evento vários cartazes de rua, out door. E o que fez? Chamou a rapaziada para pintar, um a um. Uma diversão e tanto. A ferrofonia, maestrada pelo Luis Claudio, acabou em pancadaria, para não dizer outra coisa, quando quebraram o arco do violãocelo do maestro. E todo mundo achava que fazia parte do espetáculo, afinal, uma porrada mais ou a menos tanto fazia. E o circo estava cheia de autoridades civis, militares eclesiásticas e...
Quem filmou tudo isso foi o Peter, em 16 mm, alguém deve ter esse filme. No MIS, então, ele foi muito generoso. Todos os filmes super 8 que fiz ( nosso, foram 4:
Um lance de dedos; Brasil - ou vai ou rocha ; Jovina, a menina da Vila Nori e João Passamão; e um clássico do cinema udigrudi, com câmara do Tupã ( em relação ao dono do cu há controvérsias), que foi o... bem não me lembro do nome, minha flor. Enfim, o Garden foi a nossa Embrafilme, entre outras coisas, garantindo filmes, revelações, montagens, tudo no MIS.
Os filmes viraram bolsa de jacaré em algum lugar.
Mas o Garden não parava. Estava sempre pronto a editar um livro, publicar um poema, armar um evento.
Embalados por uma ideologia dos situacionistas, a idéia era armar e aprontar alguma de maneira rápida em algum lugar , qualquer lugar. Uma delas virou matéria de capa inteira do Jornal do Brasil, da lavra do nosso Beraldo. Um luxo para nós. A Arte Não Vale um Gato Morto, como citou o Trindade, fazia parte da divulgação da Anarte, e houve mesmo um desfile de caixão pela cidade, com entrega de panfletos e tudo mais. Aliás, nossa apresentação no circo, começou assim: o féretro chegando e lá de dentro saindo alguém. Claro que era difícil do cara sair, pois o defunto estave sempre muito bêbado. Mas nesse auê todo aí teve um auezinho anterior que foi a única e exclusiva apresentação da BAnda BAndida no Tuc, uma banda aberta, gente que ia sendo catada na rua, clarinetista de banda militar, didi no bongô, luis claudio no arranjo, marcos prato na percussão, rodrigão, renato, sérgio, sei lá mais quem, um monte de gente, cada um com seu instrumento, neguinho tocando piano, e a platéia cheia, urrando, foram umas 4 horas de show, sem parar, sem ensaio, sem estrutura, apenas tocando e falando e cantando e tudo isso foi gravado naqueles gravadores de rolo , DEVE ESTAR NO MIS, se é que alguém sabe disso. Bem, a banda ou o bando durou só essa apresentação. Foi ó máximo. O sucesso de um show só Ah, talvez tenha me equivocado nos nomes, mas o que importa é que não sonhei. Estavam todo lá. Todos mesmo. Onde o Garden entra nessa?Ah, sei lá. O Garden apoiava tudo.
Tem outras coisas que puxando pela memória vai saindo.
Bem, querido Beco. Qualquer coisa a gente vai se falando . Acho que fazer algo pela passagem do Jardim aqui pela plagas curitibana é mesmo muito legal e merecedor. Forte abraço.
Buffo.

Roberto Prado disse...

OSS! Esse é o grande Buffo, honrando o Amplo Espectro com sua inesquecível presença. E já que tenho em mãos este original de um dos melhores textos do Brasil, vou explorar e transferir dos comentários para um post especial. Para que o testemunho do Buffo se amplie e dê ânimo aos produtores culturais da terrinha. Abração, Buffo e gracias pela grande ajuda e pela implacável memória.

Anônimo disse...

Caro Beco,

Você viu o que saiu daquele nosso papo sobre o Jardim ? O Buffo, que tive o prazer de reencontrar, depois de muitos anos, no lançamento do Não Temos Nada a Perder, e o Trindade, este nosso correspondente em Londres, fizeram depoimentos impressionantes sobre a cena artística da época. Muito daquilo eu já tinha esquecido, imperdoávelmente. Será que não deveríamos marcar um encontro, qualquer dia desses, com o máximo de pessoas que viveu aquele período anártico, para gravarmos um depoimento histórico ?

Sergio Viralobos

Roberto Prado disse...

Grande idéia, Sérgio. Vamos colocar essa bola para rolar. Acho que a Biblioteca Pública é o lugar ideal. Tem lugar para teatro, show, exposição performances. E seria legal trazer o próprio Reynaldo para fazer das suas por aqui novamente. Acho que rola. Abração.

Anônimo disse...

Dear Beco,

Estou lendo o excelente livro "A [des]Construção da Música na Cultura Paranaense", organizado pelo Manoel J. de Souza Neto. Será que ele não seria o cara para catalizar este evento, lógicamente que , com o apoio do Fajardo, da Biblioteca Pública ?

Sergio Viralobos

Roberto Prado disse...

Grande lance. Vou ver se consigo entrar em contato com o Manoel. Não sei o caminho para isso. Se alguém souber, help me!

Anônimo disse...

O Thadeu e o Edson de Vulcanis conhecem o cara.

Sergio Viralobos

Roberto Prado disse...

Falou, Sérgio. Conheço o Manoel, só não sei onde achar a criatura. Já acionei a dupla para iniciar a captura.
Abração
Beco

PS
O que deu a nossa roleta russa?

Anônimo disse...

Eu entreguei o revólver na mão do Ferreira.

Sergio Viralobos

Anônimo disse...

se vcs chamarem o malael eu nem apareço... Sergio vc anda bebendo muito.!!!tá tudo errado neste livro!!!

Rodrigao

Roberto Prado disse...

Rodrix: quanto ao livro, confesso que não li. Lembro de ter dado umas entrevistas ao Manoel e, como acontece muitas vezes aqui na província, nunca mais ter notícia da coisa. Lembro, também, de ter ouvido alguns comentários enfurecidos sobre a obra. Por isso, o ideal, no caso de um evento como o imaginado, é ficar tudo em casa. Tem muita gente alfabetizada envolvida, dava pra convocar essas pessoas e cada um contava uma faceta. Mais ou menos como o Paulo Vítola fez na homenagem do publicitários ao Sérgio Mercer. Poderia ser assim, por exemplo: 1) a Homem de Ferro formata e orça um esporro generalizado; 2) todos saímos à cata de patrocínios e apoios para viabilizar os materiais necessários, os locais e a vinda de pessoas; 3) a Homem de Ferro, já experiente e suruba nessa área, sugere alguém ou um grupo de alguéns para resgatar a parte histórica.
Quanto ao Sérgio, Rodrigão, você sabe muito bem que ele nunca bebe demais. E nem de menos. Há anos que o cara vive de néctar e ambrosia.

Grande abraço e beijos na cria!

Anônimo disse...

Quando eu voltar a dormir...eu te mando um esboço!!!

Rodrigo

Roberto Prado disse...

Esse é o Rodrigão, às voltas com uma legítima sobrinha do capitão. Mas fique frio, rapaz, que na adolescência eles pioram... Vá com calma, que no final dá tudo certo, papai.

Bia disse...

Delícia ler esse post e os comentários. Só fico um pouco triste porque não tava aqui bem nessa época, não conheci o Jardim -voltei pra cwb em 85. As histórias são sensacionais. E alguém citou o Peter. Cadê ele, alguém sabe por onde anda essa figura? Ele deve ter um acervo incrível de fotos e filmes.

Monica disse...

Entao tava lembrando da Anarte e toda aquela anarquia que rolava e teve uma cena memoravel, o cara que ia dentro do caixao era um negao, nao lembro o nome dele (alguem lembra?) e a gente foi caminhando do Largo da Ordem onde ficava o circo e levando o feretro ate o Palacete Wolf onde acontecia uma atividade da Feira do Humor em que o Ziraldo tava participando e quando ele viu o caixao ficou muito puto e comecou a esbravejar que era uma feira de humor e a gente tava avacalhando. Nisso sai o cara de dentro do caixao e diz pra ele: eu sou o humor negro, e todo mundo caiu na gargalhada... Saudoso Jardim

Anônimo disse...

Boa, Mônica. Fico imaginando a cara do mineirim na chegada do féretro!

beijos
Beco

Anônimo disse...

o nome do negao era Carlitos Reis...já falecido


rodrigo

becoprado disse...

Então era o Carlitos, Rodrigão? Conheci o cara quando eu tinha uns 14 anos. Ele trabalhava como ator e músico em uma peça do M. C. Karam, muito bacana, o Hotel Luar do Sertão... grande figura...