sexta-feira, maio 26, 2006

Dois poemas de morte

é preciso que se morra
mas que se morra aos poucos
devagar
dentro do horário
com cautela
sem onerar o erário
é preciso morrer
na disciplina protocolar
parar de respirar
sem nenhum comentário
morrer
é muito particular

(Luiz Antônio Solda)


eu morro

as cordas do meu cavaquinho me disseram
que um pandeiro havia me deixado na mão
sinto saudades do corpo do meu violão
samba, bata em mim, não pare agora
sou um apito que ri
e uma cuíca que chora
nesta cozinha que hoje é um salão

(Marcos Prado e Edson de Vulcanis)

4 comentários:

Anônimo disse...

mucho bão os 2. eçe do çolda tá em png, qe fiqa mais pezado qe minha humirde conçiência pra çe abrir todo, nu comesso me deu agonia purcausdiqe demora pracarái, mas dispois qi eu fui leno o poema, aí qe qombinô mais ainda.

Roberto Prado disse...

Adriano: para evitar futuras dores de cabeça e faltas de memória, coloquei o poema em letra corridinha mesmo. Grande abraço.

Marilda Confortin disse...

Oi Roberto.
A morte sempre seduz os poetas, né?
Alguma teoria sobre isso?
Beijo

Roberto Prado disse...

Oi, Marilda. Acho que é porque eles intuem que ela não existe. Ou que não é o contrário da vida. Ou... porque eles são de morte mesmo. Beijo procê também!