segunda-feira, junho 26, 2006

Para entender Curitiba


Um poema da obra ainda inédita O livro póstumo de Marcos Prado e Sérgio Viralobos.


ARAUCÁRIA ANGUSTIFÓLIA

taça de luz o caralho
pinheiro espinha ninho
pinha não é pra bico de passarinho
só gralha se empoleira no seu galho

a mais mau caráter das plantas
prepondera sobre as gramas ralas
e acha as outras todas palhas
por que além de si vicejam tantas?

não há vento que alise sua carapinha
pinheiro não dá sombra pra ninguém
suas iras fincam raízes na vizinha

a árvore casca grossa desde o gen
nega fogo se for palito de caixinha

será o diabo se houver vida vegetal no além

(Sérgio Viralobos e Marcos Prado)

11 comentários:

Anônimo disse...

olá. lançamento do meu livro de poemas "busca", sexta, dia 30, 20 horas, no café do teatro.

Haroldo Machado disse...
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Haroldo Machado disse...

Dias e dias com trava na idéia e pergunta escorrendo: por que cargas vocês não avisam antes? Deixaram primeiro eu sair lá da terrinha vermelha, do mundo das perobas quase extintas, atravessar o Cadeado, e me apaixonar. Agora, depois de vinte anos, vêm me contar que as ditas são o demônio. Isto não se faz.
Aonde este caboclo aqui enfia a história espalhada aos ventos? Aquela sobre viver numa terra governada por umas aeronaves imensas, pousadas sobre torres altíssimas e que lança pílulas fortificantes? Repito: por que não avisam antes?

Roberto Prado disse...

Olá, Haroldo, fiquei uns dias fora da rede. Devo dizer que tanto você como o Viralobos estão certos. São os dois lados complementares da araucária curitibana, a nos observar do alto da sua sua soberba. Nós avisamos, sim, senhor. Você deve ter achado exagero...
Grande abraço

Roberto Prado disse...

Valeu, Cláudio, não pude estar por lá, mas espero que tenha sido um sucesso.

Haroldo Machado disse...

Pois. Escrevi ontem, mas não sei o que fiz de errado. Sumiu. Dizia, e repito: vocês avisaram sim. Eu é que nunca atento a notícias de durezas e, além, qualquer macio me comove.
Além, dizia, e repito e repito, belíssimos versos dos moços, bela a sua apresentação aos ditos. Obrigado por tudo por aqui. Este é um espaço dos dadivosos, onde não deixo de passar nas embrenhas pela rede.
Abraço.

Haroldo.

Anônimo disse...

Oi Roberto. Vou pendurar essa poesia do Sérgio no varal de poesias lá da Quinta dos Infernos no Vila da Artes pra divulgar o estilo e o nome. E claro, algumas tuas também. Tudo bem, né?
Se puder apareca (é um evento bagunçado, heretogeneo, mas as vezes rola uma pérola).
Beijão

Roberto Prado disse...

Haroldo, muito bacana saber você passa por aqui. E aí, estás em São Brás ou já curitibaste?

Marilda, acredito que o Sérgio vai gostar de ver seu pinheiro no varal. Os meus poemas, então, nem se fala. Eles vão ficar balançando de alegria. Vou ver se consigo escapar das intempéries e aparecer lá na quinta. Beijos e sucesso!

polacodabarreirinha disse...

Oi, Becão, como eu pressentia esse poema é mesmo parceria do Sérgio Viralobos com o Marcos Prado. Corrija, eu conversei com o Sérgio e ele prontamente confirmou.
Grande abraço

Thadeu

Roberto Prado disse...

Beleza, Thadeuzão, já está devidamente corrigido. Força aí!

Anônimo disse...

Caro Beco,

Pode me colocar no varal à vontade. Aproveite e dê um pulo no blog www.malocabilly.blogspot.com que inaugurei no último domingo, em conjunto com dois maloqueiros conhecidos: Edilson Del Grossi e Chico Capetão.

Sergio Viralobos