comovendo junto
árvores sem movimento
dói o mormaço lá fora
eu moro por dentro
vivo de brisa
e demoro longe
não vejo a hora
quebro vento
e arrumo galho
o pouso da ave
vale quanto penso
não move uma palha
apenas o sopro do sentimento
comovo uma folha
(Roberto Prado)
árvores sem movimento
dói o mormaço lá fora
eu moro por dentro
vivo de brisa
e demoro longe
não vejo a hora
quebro vento
e arrumo galho
o pouso da ave
vale quanto penso
não move uma palha
apenas o sopro do sentimento
comovo uma folha
(Roberto Prado)
5 comentários:
Assim você também me comove.
E, comovidos, ainda vamos longe!
Béco: mesmo transgredindo o princípio de despersonalização, que recomenda não usar a primeira pessoa nos poemas (isso é coisa de teoria para a produção de haicai ou algo assim, parece que se chama mu-ga essa linha de apagar o "eu"), enfim, mesmo assim, acho que este seu "comovendo junto" é o poema mais zen que li em 2009.
Continue postando!
É isso mesmo, Ivan. Não apenas o haicai, mas todas as artes zen tem essa de mergulho interior para "entrar" na paisagem, até dentro e fora serem a mesma outra coisa. No livro "Perolas aos poukos", eu, o Thadeu e o Marcos escrevemos um poema interessante sobre isso, o "Eu por mim". Vou publicar por aqui. E, por fim, Ivan,meu ego, mesmo despersonalizado, agradece.
Precisa dizer mais alguma coisa? Vá se catar, Bobby! Belê!
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