terça-feira, fevereiro 28, 2006

As aventuras de Adriano Sátiro ou Quem avisa não vai pelos outros

Eu já disse a vocês que o Adriano Sátiro, além de debulhar diversos instrumentos musicais, também sabe mineirar palavras, comendo quieto, pelas beiradas, o mingau fervente da poesia. Pois aí vai uma pequena amostra. De quebra, umas fotos, para vocês recortarem, ligando os textos à figura. E para que vocês se convençam, definitivamente, que o Sátiro não é apenas um rostinho bonito.


Adriano Sátiro debulhando uma guitarra indefesa.

a nata está em festa
e nem é fim de ano

reunidos em sete
palmas
comemoram a pena
do décimo-segundo arcano

pobre de quem ri primeiro
porque o vigésimo vem
com o décimo-terceiro

(Adriano Sátiro)


Los cuatro amigos: Arrigo Barnabé, Osvaldo Rios, Adriano Sátiro e Carlos Careqa agradecem a atenção dispensada. Alta concentração de talento por m².


tempesta:

o galho balança


o pássaro

incerto

pousa de asas abertas

na firmeza do vento


(Adriano Sátiro)



edson x blackout


dá-lhe castiçal

castiga

enquanto

luz que liga

versus

vela antiga

em versos

levo a briga


(Adriano Sátiro)


mãos aos alto


as mãos voltadas

para cima

esperam algo

de mim


lá existe um céu

e um tanto de anjos


esse amontoado

de vazio


é apenas pra você

ficar cheio de mim

(Adriano Sátiro)

3 comentários:

Roberto Prado disse...

Cabeça, irmãos: esqueci de dizer que os poemas do Adriano foram extraídos do livro "Eu sou o Tao."

Roberto Prado disse...

Ah! E tem outra coisa: o livro ainda está inédito. Nada que uma boa edição não possa resolver...

polacodabarreirinha disse...

Boa, Beco. Eu já devia ter empolacado o Adriano, mas prometo a remissão de meus pecados.

Grande abraço

Thadeu