Eu já disse a vocês que o Adriano Sátiro, além de debulhar diversos instrumentos musicais, também sabe mineirar palavras, comendo quieto, pelas beiradas, o mingau fervente da poesia. Pois aí vai uma pequena amostra. De quebra, umas fotos, para vocês recortarem, ligando os textos à figura. E para que vocês se convençam, definitivamente, que o Sátiro não é apenas um rostinho bonito.
Adriano Sátiro debulhando uma guitarra indefesa.
a nata está em festa
e nem é fim de ano
reunidos em sete
palmas
comemoram a pena
do décimo-segundo arcano
pobre de quem ri primeiro
porque o vigésimo vem
com o décimo-terceiro
Los cuatro amigos: Arrigo Barnabé, Osvaldo Rios, Adriano Sátiro e Carlos Careqa agradecem a atenção dispensada. Alta concentração de talento por m².
tempesta:
o galho balança
o pássaro
incerto
pousa de asas abertas
na firmeza do vento
(Adriano Sátiro)
dá-lhe castiçal
castiga
enquanto
luz que liga
versus
vela antiga
em versos
levo a briga
(Adriano Sátiro)
mãos aos alto
as mãos voltadas
para cima
esperam algo
de mim
lá existe um céu
e um tanto de anjos
esse amontoado
de vazio
é apenas pra você
ficar cheio de mim
(Adriano Sátiro)
3 comentários:
Cabeça, irmãos: esqueci de dizer que os poemas do Adriano foram extraídos do livro "Eu sou o Tao."
Ah! E tem outra coisa: o livro ainda está inédito. Nada que uma boa edição não possa resolver...
Boa, Beco. Eu já devia ter empolacado o Adriano, mas prometo a remissão de meus pecados.
Grande abraço
Thadeu
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