segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Eu sou um poeta legal, agora só falta convencer a minha mãe.

Essa é minha mãe, a dona Nadyr do Prado de Oliveira, vestida com o seu velho manto sagrado. Esses dias fui visitá-la e a encontrei detonando um ameaçador tijolo de mil páginas do Harold Bloom. E ela sempre foi assim. Mente ágil e curiosa, fortalecida pelo halterofilismo vivencial de criar 7 filhos sozinha e sem um tostão. E haja fosfato para acompanhar a Dona Nadyr. Nunca esqueço que, quando criança, nos famosos festivais de música, ela ensinava a gente que bom mesmo era o Jards Macalé em Gotham City, Raul Seixas em Let me sing e Walter Franco em Cabeça. Kafka, Sartre, Cortázar, Borges, Cervantes são apenas alguns exemplos do que eram os nossos livros infantis. Mas o que eu quero dizer mesmo é que ela sempre foi o primeiro controle de qualidade dos Prado, antes de nossas gracinhas irem para a rua. Eu e o Marcos Prado, quando alguém elogiava demais os nossos textos, sempre dizíamos: - "Eu escrevo bem. O duro é convencer a minha mãe". As pessoas que não conhecem os modos da dona Nadyr podem até achar que isso é literatura. Mas não, é vida. Uma vida cheia de vidas.

9 comentários:

fmaatz disse...

ESTOU POR AÍ TE ACOMPANHANDO. COISA DE QUEM CONSOME BLOGUE E GOSTA MAIS DE UM QUE DE OUTROS. VOCÊ DEVE CONHECER MEU PAI, MAS DANE-SE, PAI TODOS TEM. BACANA QUE ESTEJA ON LINE, NESSA VIDINHA INTERNÉTICA QUE NÃO DEIXA DE SER CONSOLO.
SOU UM CURITIBANO TÃO TÍPICO QUE ESTOU ATÉ PENSANDO EM IR PRA LAPA, DO RJ, QUE É PRA PROVAR QUE CURITIBANOS ADORAM CARNAVAL.
NO MAIS TO SEMPRE NO TEU BLOGUE E É SEMPRE BOM SABER DE COISAS INÚTEIS.
GRANDE ABRAÇO DE UM CU-TIBANO
FERNANDO

Roberto Prado disse...

Oi, Fernando. Você é o Fernando filho do Carlos? Que é ator e, segundo ele, dos bons? Diga lá. Ir para a Lapa deve ser legal. Será que mesmo durante o carnaval pinta um sambinha massa, de violão, cavaquinho e pandeiro? Sou neófito nessas coisas de internet, sofro um pouco mas vou aprendendo. Legal saber que você acompanha o Amplo Espectro. Cara, o meu pai morreu há muito tempo, ainda jovem. Às vezes dá uma saudade grande. Sei que não é fácil, mas pense nisso quando estiver diante do seu velho. Grande abraço e sucesso por aí. Cara, esses dias eu li que no Rio o problema não é as balas perdidas, mas a possibilidade delas te acharem...

Abração do
Beco

Flávio Jacobsen disse...

Genial, Beco, Genial. Como diria Márcio Américo em Meninos de Kichute: "Mãe é fogo!"

Don Suelda disse...

Beco:

Vou transcrever no meu blog. Só falta achar a foto com o manto sagrado (está com Sandra, e ela está na praia).

Anônimo disse...

Criar os prados seria bem mais fácil se não fosse o sangue dos domingues,,,

abs

Rodrigo

Roberto Prado disse...

O Rodrigão conhece o bordão do sangue ruim dos "domingues", usado pela dona Nadyr nos momentos de pânico, desespero e terror causados pelas crias. Mas hoje em dia ela reconsiderou e acha que os "domingues" até que não eram tão maus assim... E você, cara, que além da dona Anna ainda tem a dona léia cobrando bacanezas?
Flávio, põe fogo nisso. Os meninos de kichute é muito legal. As mães querem que a gente só apareça bonito na fotografia. Um "bonito" lá delas, é claro. Um abração.
Solda, bota no solda cáustico, o blog que derrete a burrice sem queimar os neurônios!!!

polacodabarreirinha disse...

Viva a dona Nadyr.

Anônimo disse...

Depois dizem que mãe é tudo igual... imagine se existessem milhares de Nadyrs plantando milhares de Prados. Um milharal crescendo numa pradaria! Oh maravilha!

Roberto Prado disse...

Não saberia dizer com certeza se o mundo foi bom com a Nadyr (ela não costuma reclamar, deixo claro) mas estou certo que ela foi boa para o mundo, dizendo e fazendo o que acredita ser certo. Mas mãe ésempre mãe mesmo, Marilda, não tem jeito. Esses dias ela sugeriu que eu lesse um livro que falava sobre as mães judias. Ainda não li. Mas acho que aí tem...