quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Uma flor do mal do velho Bode

Charles Baudelaire, o autor das Flores do Mal, era do bem. Para comprovar, veja uma das duas traduções que eu e meus parceiros fizemos, já publicada no livro Os catalépticos e que inspirou um belíssimo e corajoso estudo do professor Édison Costa (na revista Letras, da UFPR) comparando as nossas versões do velho Bode com as dos poetas simbolistas.

O VINHO DOS AMANTES

indo belo lindo um dia todo sim
é proibido proibir que tenha fim

bebo o vinho mel, divino néctar,

o céu ainda por cima parece concordar

um par de arcanjos, que figuras!
ambos puros artífices das alturas
eu e a taça, vinhetas da paisagem
o vinho volta à uva, eu, à miragem

no embalo dos tragos a terra gira
mecanismos de um turbilhão inteligente
que tudo ouve vê e só delira

o paraíso já era aqui e paralelamente
em outro entramos agora como um só

ic! epa! ops! rum...rum...ã? ó!


(Charles Baudelaire – versão brasileira de Roberto Prado, Marcos Prado e Antônio Thadeu Wojciechowski)

6 comentários:

Roberto Bittencourt disse...

Beco, pra mim, Baudelaire está além do bem e do mal. E disso Nietzsche já sabia.

Forte abraço

Roberto Prado disse...

Falou-o e disse-o, Bitten.
Abração pra tu também

Thiago Luz Raft disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
O que eu vou falar???

Abraço.

Roberto Prado disse...

É isso aí, Thiago, o velho Bode era gente boa da melhor qualidade. Abraço.

Rebellis disse...

Para ser sincero eu prefiro a tradução do Ivan Junqueira (publicada pela Nova Fronteira).

Abraços,
Eduardo Rebellis

Roberto Prado disse...

Eu também.