Charles Baudelaire, o autor das Flores do Mal, era do bem. Para comprovar, veja uma das duas traduções que eu e meus parceiros fizemos, já publicada no livro Os catalépticos e que inspirou um belíssimo e corajoso estudo do professor Édison Costa (na revista Letras, da UFPR) comparando as nossas versões do velho Bode com as dos poetas simbolistas.
O VINHO DOS AMANTES
indo belo lindo um dia todo sim
é proibido proibir que tenha fim
bebo o vinho mel, divino néctar,
o céu ainda por cima parece concordar
um par de arcanjos, que figuras!
ambos puros artífices das alturas
eu e a taça, vinhetas da paisagem
o vinho volta à uva, eu, à miragem
no embalo dos tragos a terra gira
mecanismos de um turbilhão inteligente
que tudo ouve vê e só delira
o paraíso já era aqui e paralelamente
em outro entramos agora como um só
ic! epa! ops! rum...rum...ã? ó!
(Charles Baudelaire – versão brasileira de Roberto Prado, Marcos Prado e Antônio Thadeu Wojciechowski)
6 comentários:
Beco, pra mim, Baudelaire está além do bem e do mal. E disso Nietzsche já sabia.
Forte abraço
Falou-o e disse-o, Bitten.
Abração pra tu também
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
O que eu vou falar???
Abraço.
É isso aí, Thiago, o velho Bode era gente boa da melhor qualidade. Abraço.
Para ser sincero eu prefiro a tradução do Ivan Junqueira (publicada pela Nova Fronteira).
Abraços,
Eduardo Rebellis
Eu também.
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