Marcos Prado: o ritmo da sutileza
É fato: Marcos Prado e Edson de Vulcanis escreveram juntos alguns dos mais belos poemas do orbe oval que os meus pés tocam. Para você ver e comprovar, selecionei algumas gemas da dupla, pura delícia, para deleite das boas almas.
ação entre amigos
vamos à churrascada de empalamento do padre estuprador, meu amor
vamos ao coquetel de linchamento do rubem fonseca, meu amor
eu já matei o escritor, matei inês
antes que talhasse o sangue do freguês
bercinho boiando no rio grande do sul
o farofeiro feio brilhava à beira de um luau
ouvindo solos de clarineta de seu pai
atocaiando jacarés e fazendo onda no mar de merda
o bêbado saldável
quando eu morri
meu pai tinha três anos
o saldo da minha alma está em retalhos
e o meu corpo em liquidação
sou vítima de uma bala perdida do antônio bivar
não sei se sou eu ou ele que não está nem aí
o pior é que atirou desmunhecando
descarregadores de cadáveres
homens, mulheres, crianças, velhos, cães e gatos maltrapilhos
aqui o cheiro das flores podres empesteia o ambiente
bagos no arame farpado arranco
fugindo do haroldo de campos
(Poemas de Marcos Prado e Edson de Vulcanis)
5 comentários:
Muito bom os poemas, instigantes, diretos.
Até+.
E olha que o Édson não perdeu sua boa forma:
vou deixar aqui uma frase favorita do "Maicon" Edson "Aranha" de Vulcanis:
essa mulher pode ser coxa-branca, mas tem um corpo Atlético...
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poemas muito bons! o/ me lembram mini-contos!
Q saudade do Marcos! Bjks Beco querido!
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