falando com as paredes
a parede da direita
é amiga de infância
cheia de rabiscos, mas perfeita
sob a aparência branca
a parede esquerda me entorta
parece minha família
tem até uma porta
que abre e fecha de carícia
com a parede em frente
não posso guardar segredo
encaro o espelho enorme
apenas com algum medo
parede para as estrelas
o teto lembra jesus
lá uma lâmpada acende velas
na falta de outra luz
mas falando com as paredes
não pode faltar a da janela
por onde, olhando bem,
ainda saio por ela
(Roberto Prado)
8 comentários:
Apenas uma palavra, genial.
belíssimo poema, Beco.
besos,
Monica
O que seria dos poetas, não fossem as janelas?
Bj
Legal, Raimundo, você comentando por aqui novamente. Vou me desdobrar para merecer a sua palavra. Obrigado. Grande abraço.
Zoe de Camaris, Trótika querida, Mônica que tem belos olhos para a beleza. Beijos pra você também.
Janelas e mais janelas, Marilda, com venezianas da Pérsia ou persianas de Veneza, mas, de preferência, sempre (entre) abertas. Beijão.
Roberto,
Lendo-o bem,
você se escancara
como ninguém
Leitores à beça
adentram seu coração
- defenestração
às avessas!
Viver às escâncaras às vezes pode ser bem divertido. Mas como dói. Como disse o Leminski: "tem dias que vem visita/ em outros, apenas esfria". Grande abraço.
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